segunda-feira, 4 de maio de 2009

Médicos debatem doenças comuns nos idosos

III Curso de Geriatria para o Clínico
Dias 13 e 14 de março, em São Paulo (SP)

Nos dias 13 e 14 de março de 2009, no hotel Golden Tulip Paulista Plaza (Al. Santos, 85), das 8 às 18 horas, em São Paulo (SP), a Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Clínica Médica realizará o III Curso de Geriatria para o Clínico, coordenado pelo Dr. Abrão José Cury Jr. Dirigido a profissionais da saúde, em sua maioria médicos clínicos gerais, no curso serão realizadas palestras, conferências e mesas redondas sobre pesquisas, avanços, prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças enfrentadas na Terceira Idade. Alguns temas:

Depressão: Com a idade, a tendência é reduzir a atividade social dos idosos. Isso entristece a pessoa. A família acaba contribuindo para essa situação porque isola o idoso do convívio social e familiar por conta de suas limitações físicas. Além de atividades físicas adequadas à idade, o idoso deve ser estimulado através de exercícios mentais, como conversar, ler e se ocupar. O isolamento do idoso leva à depressão, que leva ao desenvolvimento de doenças, como desnutrição por se alimentar mal, processos infecciosos, desidratação, deterioração orgânica e muscular, acelerando o envelhecimento. Um clínico geral bem preparado é capaz de tratar problemas, como má audição e visão, é capaz de orientar cuidados simples, como os orais que interferem na alimentação, enfim, pode mostrar ao idoso como ser saudável para participar da vida familiar e social.

Síndrome da Fragilidade: O envelhecimento é um processo que pode começar antes dos 60 anos, momento definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como início da Terceira Idade. Diante disso, foi criado o conceito Síndrome da Fragilidade, que consiste na soma de mudanças físicas e psicológicas que comprometem a qualidade de vida e predispõem a pessoa a desenvolver doenças. São marcadores da Síndrome da Fragilidade: dificuldades de recuperação após doença, redução da libido, osteoporose acelerada, redução da força muscular, susceptibilidade a doenças, refluxo gástrico, constipação intestinal, redução da absorção de alimentos e medicamentos, redução do fluxo sanguíneo no fígado, infecções respiratórias, diabetes e doenças cardíacas. Em geral, esses problemas estão associados à incontinência urinária, desnutrição, quedas, imobilidade, uso de vários medicamentos e depressão. As pessoas não devem aceitar as mudanças físicas como inevitáveis e normais, é preciso se preocupar com a qualidade de vida e, principalmente, com a saúde.

Um dos passos importantes é a avaliação nutricional, a prescrição de uma dieta que considere a realidade e as características do paciente. Outro aspecto é a avaliação do médico, que deve considerar a idade do paciente, comprometimento da audição e da visão, doenças pré-existentes, depressão, hospitalização nos últimos meses, capacidade de compreensão, problemas na tireóide, condições para desenvolver atividades diárias, como vestir, comer, higienizar e andar. Cabe ao médico dar atenção e apoio ao paciente, buscando manter sua capacidade funcional, bem como condições emocionais e sociais estáveis.

Hipertensão: A Hipertensão é um das doenças mais comuns da Terceira Idade, população que cresce em ritmo acelerado. É um dos principais fatores de risco para doenças decorrentes de aterosclerose e da trombose, que comprometem os sistemas cardíaco, cerebral, renal e vascular periférico. É responsável por cerca de 30% dos infartos e dos acidentes vasculares cerebrais, está na origem de doenças crônico-degenerativas, que comprometem a qualidade de vida das pessoas, e suas complicações são responsáveis por alta freqüência de internações.

Com o avanço da idade, naturalmente a pressão arterial tende a aumentar e, para fazer o diagnóstico, é preciso levar em considerações as peculiaridades da população idoso. O médico deve verificar a duração da pressão alta, os níveis pressóricos, os sintomas, doenças prévias e concomitantes, fatores de risco e o uso de vários medicamentos ao mesmo tempo. Também é preciso tomar cuidado com possíveis erros: recomenda-se a medição nos dois braços, em duas posições e em todas as consultas. Estima-se que 42% da população idosa sofrem da “hipertensão do avental branco”. Isto significa que, diante do médico, o paciente fica nervoso e a pressão pode subir. Deve-se recorrer ao exame MAPA quando há grandes variações no consultório, diferenças entre o consultório e o domicílio e disfunção autonômica. O tratamento deve começar com medidas não farmacológicas, como dieta saudável, atividade física, fim do tabagismo e abstenção de bebidas alcoólicas. Ao se optar por medicamentos, é preciso tomar cuidado com a polifarmácia, com outras patologias e facilitar a posologia. O ideal é que a hipertensão seja tratada por uma equipe multiprofissional, porém a maioria dos serviços do país não oferece o atendimento completo. Diante disso, o papel do clínico se torna ainda mais importante e abrangente. Cabe a ele oferecer, além do tratamento médico, orientação nutricional e de atividade física, bem como apoio psicológico.

http://www.r2cpress.com.br/node/6164

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