TEIXEIRA, Ilka Nicéia D’Aquino Oliveira e NERI, Anita Liberalesso. Envelhecimento bem-sucedido: uma meta no curso da vida Successful aging: a goal in the course of life. Psicol. USP [online]. 2008, vol. 19, no. 1, pp. 81-94. ISSN 1678-5177.
Biografia:
Anita Liberalesso Neri
Professora Titular na Faculdade de Educação da Unicamp (1995), obteve os títulos de Livre Docente em Educação pela Unicamp (1988) e de Doutora e Mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP, em 1972 e 1976. É graduada em Psicologia pela Universiadde de Mogi das Cruzes e licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Nossa Senhora do Patrocínio de Itu. Foi Cientista Visitante no Institudo Max Planck for Human Development and Education em Berlim, Alemanha, em 1994 e 1998. Introduziu o paradigma lifespan em Psicologia e em Gerontologia no Brasil. Seus interesses em pesquisa nos campos da Psicologia do Envelhecimento e da Gerontologia incluem: bem-estar psicológico, mecanismos de auto-regulação do self, atitudes em relação à velhice e paradigma lifespan.
Ilka Nicéia D’ Aquino Oliveira Teixeira
Possui licenciatura em Letras nas habilitações Português, Inglês e Literatura norte americana e britânica pela Universidade Federal de Minas Gerais. É bacharel em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de Minas Gerais e Mestre em Gerontologia pela Universidade Estadual de Campinas. Faz parte do Grupo Multiprofissional de Pesquisa sobre Idosos da Universidade Federal do Paraná.
Resumo:
Vários trabalhos foram realizados por vários pesquisadores, que incluíram no tema de suas pesquisas sobre envelhecimento bem sucedido, a performance física, relações entre a auto-estima endócrino, função cognitiva e associações entre carga alostática e saúde.A principal característica do envelhecimento saudável é a capacidade de aceitação das mudanças fisiológicas decorrentes da idade. Envelhecer com saúde refere-se a um conceito pessoal cujo planejamento deve ser focalizado na história do indivíduo, nos atributos físicos e nas expectativas individuais, constituindo-se, portanto, numa jornada e não num fim. Este artigo propõe uma reflexão sobre o significado do envelhecimento bem-sucedido. Dar-se a ênfase à hipótese de que a subjetividade conceitual está relacionada às particularidades individuais e às diferenças socioculturais. As perspectivas biomédicas e psicossociais, basicamente levam-se em consideração apenas três aspectos: primeiro a probabilidade baixa de doenças e de incapacidades relacionadas às mes¬mas; segundo a alta capacidade funcional cognitiva e física; terceiro o engajamento ativo com a vida. A hierarquia entre os componentes é representada pela inte¬gridade das funções física e mental. Essas funções atuam como potencial para a realização das atividades sociais, envolvendo as relações interpesso¬ais e as atividades produtivas, remuneradas ou não. Os pesquisadores ressaltam que indivíduos muito idosos se encontram no limite da capacidade funcional, havendo necessidade de planejamento e implementação de medidas que tornem efetivas as intervenções para redução da prevalência de fragilidade física e da mortalidade psicológica, caracterizada por perdas da identidade, autonomia e senso de controle. Também leva-se em consideração à perda dos entes queridos, que em muito abala a saúde do idoso. Existe também a preocupação da sociedade, que poderia proporcionar oportunidades de envelhecimento digno ao implantarem recursos externos por meio de políticas públicas. As doenças e limitações não impossibilitam a experiência pessoal de velhice bem – sucedida. Muitos idosos relatam estar envelhecendo bem, embora os resultados de testes clinicamente objetivos demonstrem uma condição desfavorável de saúde. Isso depende muito também de cada cultura, de cada país.
Palavras Chaves: Envelhecimento, saúde do idoso, qualidade de vida.
“As definições de envelhecimento saudável, ativo, robusto e bem-su¬cedido não encontram sustentação nos estudos que consideram apenas a longevidade como critério. O processo envolve múltiplos fatores individu¬ais, sociais e ambientais, determinantes e modificadores da saúde.” (NERI E TEIXEIRA, 2008, p.91).
“O conceito gera debates porque depende de uma apreciação in¬dividual que é justificada no bem-estar subjetivo. São infinitas as formas de sentir e avaliar a própria vida, de maneira que a interpretação literal da expressão “bem-sucedido” sugere uma noção simplista de sucesso ou fra-casso. Para ampliar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre as competências dos idosos, as pesquisas sobre o tema devem ser conduzi¬das pela perspectiva integrada: análise dos dados objetivos e das percep¬ções pessoais.” (NERI E TEIXEIRA, 2008, p.91).
“O envelhecimento bem-sucedido aproxima-se de um princípio orga¬nizacional para alcance de metas, que ultrapassa a objetividade da saúde física, expandindo-se em um continuum multidimensional. A ênfase recai sobre a percepção pessoal das possibilidades de adaptação às mudanças advindas do envelhecimento e condições associadas.” (NERI E TEIXEIRA, 2008, p.91).
“Envelhecer bem é uma questão pragmática de valores particulares que permeiam o curso da vida, incluindo as condições próximas da morte. A implementação de programas que elevam o nível de qualidade de vida dos idosos pode prescindir, temporariamente, da definição uniforme desse fenômeno.” (NERI E TEIXEIRA, 2008, p.91).
“O objetivo de muitos idosos e profissionais tem sido a promo¬ção de saúde e bem-estar nessa fase da vida, seja referindo-se ao envelhe¬cimento saudável, produtivo, ativo ou bem-sucedido.” (NERI E TEIXEIRA, 2008, p.91).
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