terça-feira, 9 de junho de 2009

Resenha

RABELO, Dóris Firmino and NERI, Anita Liberalesso. Recursos psicológicos e ajustamento pessoal frente à incapacidade funcional na velhice. Psicol. estud. [online]. 2005, vol.10, n.3, pp. 403-412. ISSN 1413-7372. doi: 10.1590/S1413-73722005000300008.

Biografia:
Anita Liberalesso Neri
Professora Titular na Faculdade de Educação da Unicamp (1995), obteve os títulos de Livre Docente em Educação pela Unicamp (1988) e de Doutora e Mestre em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP, em 1972 e 1976. É graduada em Psicologia pela Universiadde de Mogi das Cruzes e licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciencias e Letras Nossa Senhora do Patrocínio de Itu. Foi Cientista Visitante no Institudo Max Planck for Human Development and Education em Berlim, Alemanha, em 1994 e 1998. Introduziu o paradigma lifespan em Psicologia e em Gerontologia no Brasil. Seus interesses em pesquisa nos campos da Psicologia do Envelhecimento e da Gerontologia incluem: bem-estar psicológico, mecanismos de auto-regulação do self, atitudes em relação à velhice e paradigma lifespan.
Dóris Firmino Rabelo
Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia (2003) e mestrado em Gerontologia pela Universidade Estadual de Campinas (2006). Atualmente é professora do Centro Universitário de Patos de Minas. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia do Desenvolvimento Humano e Psicologia da Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: envelhecimento, bem-estar subjetivo, Mecanismos de auto-regulação do self, comportamentos e crenças em saúde.
Resumo:
Os fatores psicológicos e sociais podem afetar o bem-estar e qualidade de vida de indivíduos mais velhos com incapacidades. A uma atenção dada a esses fatores, para o aumento da pevalência de condições crônica, na população idosa. Esses recursos psicológicos e sociais, que os indivíduos dispõem são um caminho não determinação das implicações da incapacidade funcional na vida das pessoas afetadas. A incapacidade funcional é a maior conseqüência das condições crônica, afetando também o status psicológico e o uso de serviços de cuidado de longa permanência. O fator psicológico reflete na percepção subjetiva do individuo e na sua avaliação da situação, importante na adaptação à incapacidade, funcionando como recursos de enfretamento. Dentre vários modelos e definições de qualidade de vida na velhice, pode-se dizer que a experiência de uma doença que tem potencial para gerar déficits no funcionamento físico, sensorial e cognitivo afeta o desempenho cotidiano do individuo e a avaliação subjetiva que este faz da sua vida. O individuo que realiza aquilo que julga importante, ou a distância entre o idealizado e o realizado é a satisfação com o que foi possível concretizar. Envolvendo diretamente a questão da boa qualidade de vida. Quando o mecanismo de ajustamento psicológico, é mais desenvolvido, maior a chance de adaptação, sem grande declínio na qualidade de vida do idoso. Esta adaptação é uma forma de maximizar as possibilidades de cada um, reorganizando a vida diante das limitações. A capacidade da maioria desses idosos, de neutralizar os efeitos das desvantagens da idade é manter uma qualidade de vida satisfatória e suas autoconcepções e seu ajuntamento pessoal.
Palavras Chaves: idosos, incapacidade funcional, ajustamento psicológico.

“O envelhecimento populacional e o aumento da prevalência de doenças crônicas acarretaram o crescimento das taxas de incapacidades físicas e/ou mentais entre os idosos brasileiros, fato que representa muitos desafios para as famílias e para a sociedade [...]”. (NERI E RABELO, 2005, p.403).

“O tópico da incapacidade funcional é de grande interesse não apenas porque esta é
influenciada por condições médicas, patologia ou deficiência, mas também porque é influenciada por fatores psicológicos e sociais.” (NERI E RABELO, 2005, p.404).

“Além dos recursos médicos, os fatores psicossociais têm grande potencial para determinar em que medida a vida estendida será vivida eficazmente ou com debilidade, dor e dependência (Bandura, 2004).” (NERI E RABELO, 2005, p.404).

“A boa qualidade de vida envolve quanto o indivíduo realizou daquilo que considera importante, a distância entre o idealizado e o realizado e a satisfação com o que foi possível concretizar até o momento.” (NERI E RABELO, 2005, p.404).

“As doenças crônicas e as incapacidades conseqüentes podem afetar significativamente o bemestar dos idosos.” (NERI E RABELO, 2005, p.405).

“Para os idosos investigados, saúde significa fazer alguma coisa significativa, o que requer quatro componentes: algo que valha a pena fazer; equilíbrio entre habilidades e desafios; recursos sociais apropriados; e características atitudinais pessoais (ex. atitudes positivas X “pobre de mim”).” (NERI E RABELO, 2005, p.405).

“[...] um processo contínuo de atualização das potencialidades pessoais e de aprender a viver com as limitações explorando e utilizando ao máximo seus recursos disponíveis.” (NERI E RABELO, 2005, p.406).

“Entre os atributos psicológicos importantes para o gerenciamento de condições crônicas está a crença de auto-eficácia percebida.” (NERI E RABELO, 2005, p.408).

A auto-eficácia percebida influencia o que as pessoas escolhem fazer, sua motivação, sua perseverança frente a dificuldades, sua vulnerabilidade ao estresse e à depressão. (NERI E RABELO, 2005, p.408).

“Um modo diferente de neutralizar a discrepância entre o estado atual e o idealizado consiste em adaptar as metas e os objetivos aos dados constrangimentos.” (NERI E RABELO, 2005, p.409).

“O reconhecimento da longa permanência das conseqüências psicossociais das condições incapacitantes é crucial no estabelecimento de programas de cuidado. (NERI E RABELO, 2005, p.410).

“É relevante ter em mente que quanto mais integrados psicológica e socialmente estiverem os idosos, menos ônus eles trarão para suas famílias e cuidadores e para os serviços de saúde e melhor será sua qualidade de vida.” (NERI E RABELO, 2005, p.410).

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